sábado, 2 de outubro de 2010

Nomes

Não sei de outro desporto que consiga dar a oportunidade a um obscuro contabilista de 64 anos de participar numa prova em que seja batido um recorde do mundo. Não é a minha profissão nem a minha idade, mas em Março deste ano na EDP Meia-Maratona de Lisboa fui 1393º classificado numa corrida que produziu a melhor marca de sempre aos 21.097 metros. Éramos 5475 e a glória do dia foi para um eritreu. Mas nós estivemos lá.

Como estive Domingo em Berlim para me aperceber (ele acabou quase duas horas antes de mim) de um miúdo de 25 anos que ainda tem dificuldade em sorrir mas que fez 2 dos 3 melhores registos do ano. Pode Patrick Makau ser o futuro da maratona? Eu não apostaria contra.

Uma aposta segura é o que Kilian Jornet mostra consistentemente ser. Apesar de ainda muito jovem, o tricampeão do Skyrunner World Series acabou de tirar uma hora e treze minutos à subida e descida do Kilimanjaro em África. Mais uma pulverização do catalão que dá cartas no cenário ultra europeu.

Depois da sua vitória no Grand Raid des Pyrénées, tenho vindo a seguir mais de perto os passos do Carlos Sá. Um homem que não se cansa de ganhar e que nos deu agora a notícia de já estar inscrito na Marathon des Sables. Confesso que a minha expectativa é total e apesar de nessas alturas já ter provavelmente a minha cabeça na Maratona de Paris, não vou deixar de seguir com grande atenção e curiosidade.

Nomes que equivalem a vitórias de escala mundial e europeia, mas que estranhamente acabam por nos ser tão próximos. Nós somos o pelotão deles. E isso já é um óptimo sítio para se estar. Como foi estar hoje à conversa no Monte da Galega com mais um daqueles nomes que ouço desde sempre. O treino de recuperação ficou para segundo plano. Caminhei para aí um quarto de hora e corri mais outro tanto.


Sexta, 1 de Outubro de 2010

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