quarta-feira, 6 de junho de 2018

Sesimbra ou a crença no volte-face


Duas semanas depois da provação de São Mamede, entrei em Sesimbra com vontade, mas sem qualquer ideia do que me poderia estar reservado. Tinha feito apenas 38 quilómetros em dez dias, o que se por um lado não me fazia conviver regularmente com as dores na fáscia, por outro deixava-me na incógnita sobre o que estaria a valer a minha forma.

Quase seis horas e quarenta e cinco quilómetros depois, cruzei a meta com uma sensação que já andava arredada da minha história há mais de três meses. No fim, conta-se em breves linhas este Ultra Trail de Sesimbra: os primeiros 20k na expetativa que as dores chegassem o mais tarde possível; os 10k seguintes marcados por um forte cansaço e muito pouco ritmo; e os 15k finais já acompanhados pela fascite (com dores perfeitamente toleráveis em comparação com as últimas corridas) mas também empurrados por um ânimo que ainda este ano não tinha sentido nos trilhos.

Foi bom conseguir correr a maior parte do tempo. E é essa a grande vitória do dia. O resto acabará por chegar. Aos poucos, mas chegará.     

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