quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Deuses do Monte Branco

O da esquerda tem 23 anos, já tinha vencido as duas últimas edições da mítica UTMB e este fim-de-semana fez o hat-trick, limpando uma distância de 166k e um desnível positivo de 9.500 metros em 20 horas, 36 minutos e 43 segundos. O da direita estreou-se este ano, deixou-nos orgulhosos com um prodigioso 5º lugar entre 2300 concorrentes e nunca, nunca deixou de ter com ele a Bandeira de Portugal.

domingo, 28 de agosto de 2011

Zero (ou menos)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

3/4

É raro deixar um treino a meio. Também não foi hoje que o fiz, pois ainda o levei até três quartos (18 dos 24k programados). E porquê? Porque quis compensar os treinos e os quilómetros falhados esta semana e decidi-me a fazer os 24k com um significativo desnível positivo.

O significativo revelou-se exagerado para um estado de forma ainda tão incipiente e rapidamente viria a pagar as subidas de Sacavém para Unhos. Fortes dores musculares e novamente os pés a doerem como se andasse a treinar descalço no asfalto. Aos 1:41:10 decidi que não valia a pena o risco de piorar a situação.


Domingo, 21 de Agosto de 2011

domingo, 21 de agosto de 2011

O Sistema

Depois de 3 dias sem treinos para não agravar uma dor na planta do pé esquerdo, hoje foi dia de novo fartlek junto ao Rio Tejo, com períodos de 4 minutos rápidos e 3 minutos a trote pelo meio.

Da Expo a Santa Apolónia as corridas rápidas não o chegaram a ser. Com forte ventania pela frente, os ritmos foram de 4:50, 5:14 e 4:55. Quando pensei que no caminho de regresso ia ter uma rajada a soprar pelas costas, eis que o vento virou e apanhou-me outra vez pelo peito. Melhorei as cadências (4:32, 4:41, 4:40 e 4:25) mas quase que me saíam as tripas de fora.

Deu-me para pensar na luta que deve ser jogar contra aqueles que têm sempre o vento pelas costas e um penalty a favor garantido. Em suma, foi um treino contra o Sistema.


Sábado, 20 de Agosto de 2011

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Subir no escuro

25, 23, 24, 22, 24, 23, 25, 22, 21, 22, 21, 20: doze viagens de 100 metros numa rampa de inclinação pura. Ganhei-lhe o gosto e o horário continua a ser o do mocho.


Terça-Feira, 16 de Agosto de 2011

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Na naite

É meia-noite e dezasseis nas esplanadas da Marina. Ele, ao telemóvel, grita que “começaram bem. Ainda o defesa não lhe tinha tocado e já ‘tava o Olegário a apitar. ‘Tá tudo feito outra vez”. Ela, desinteressada, fuma com indolência e enterra-se na cadeira de metal. Tem a perna cruzada e a sabrina balouça provocadoramente na ponta do pé. Eu vejo a cena enquanto espero que o satélite preste atenção ao meu Garmin. Enfim, é a naite.

Arranco com o briefing bem definido: treino longo progressivo. Santa Apolónia, Praça do Comércio, Cais do Sodré e 24 de Julho já se foram deitar. Em Alcântara, faço o retorno dos 11k. O visor marca 59 minutos e 54 segundos, o que significa que a primeira metade foi corrida ao ritmo de 5:26.

Volto mais rápido para casa. Em Santos passa um carro de janelas abertas onde os INXS se atiram a um “Original Sin”. Faz-me recordar outros tempos em que esta 24 de Julho era uma improbabilidade de estacionamento. Mas, não me detendo muito nestes pensamentos, acelero e faço a segunda metade dos 22k em 56 minutos e 44 minutos. Foi um split final a um ritmo de 5:09. Enfim, rendeu bem o regresso à naite.


Segunda-Feira, 15 de Agosto de 2011 (imagem da autoria de wHaTEvEr com direitos de publicação não comercial segundo a Creative Commons)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Adeus a Tróia

Hoje já durmo em Lisboa. Para trás fica o estágio de planitude em Tróia, que se encerrou com um fartlek de 3 x 10 minutos intercalados por 4 minutos a trote.

Primeiro ao ritmo de 4:58, depois a 5:02 e por fim a 5:03, assim se fizeram os troços de 10 minutos ao braseiro do meio-dia. Nesta Segunda-Feira o treino longo de 22 quilómetros já é feito à ilharga do Tejo.


Domingo, 14 de Agosto de 2011

sábado, 13 de agosto de 2011

Crossing fingers

Nas primeiras três semanas deste PPP (Plano de Preparação para o Porto) não há folgas. Há, como sucedâneo, um dia da semana em que se faz uma corrida de 6k. Sem expectativas, foi hoje o dia desta espécie de descanso activo.

Também uma vez por semana recebo um e-mail de um senhor inglês chamado David Bedford. É o Race Director da Virgin London Marathon 2012 e ontem apareceu a dizer-me que já só faltam 7 semanas para que sejam sorteados os nomes que terão lugar na linha de partida. Aqui já fico doido de expectativa: VLMO12-204189. VLMO12-204189. VLMO12-204189.


Sábado, 13 de Agosto de 2011

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Procura-se massagista russo

Ia no meio dos meus 12k de hoje quando pensei que o que eu devia fazer era ir ter com ele, prometer-lhe cama e mesa em casa de férias durante um fim-de-semana e sequestrá-lo aos RB’s que estão a preparar a Maratona de Amesterdão.

Não é por mal e muito menos por rancor com os amigos e colegas que também andam a lutar por estas quentes estradas de Agosto. É simplesmente porque eu ando a precisar. Aliás, para que a Laranja Mecânica (ou seja o Alexandre Monteiro, o António Castanheira Alves, o Carlos Freitas e o Ruben Aragão Pinto) perceba que eu sou tipo de boas contas, fica já a promessa: se por acaso ou olho para o negócio me aparecer aqui uma massagista russa – daquelas com unhas de gel e rabo-de-cavalo – meto-a logo num táxi para o Monte da Galega. Ok? Fica combinado? E entretanto podem deixá-lo vir? Se faz favor?


Sexta-Feira, 12 de Agosto de 2011

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O fartlek da meia-noite-e-meia

Vi aquele golo do Hugo Almeida, despedi-me da família e meti-me no carro para Lisboa. Era oficial: as férias estavam interrompidas para dois compromissos profissionais na manhã seguinte.

Comigo na chegada ao Parque das Nações vinham os Kayano e o Forerunner 305. Ainda antes de me deitar era tempo para um fartlek. Seis vezes 4 minutos em ritmo rápido intercalados com 3 minutos a trote. Para o registo das secções mais longas ficaram os ritmos de 4:34, 4:50, 4:42, 4:42, 4:44 e 4:27. Para a memória do treino, a sensação de que não há como as madrugadas para sentir o prazer de correr no Verão.


Quarta-Feira, 10 de Agosto de 2011

terça-feira, 9 de agosto de 2011

O. s.o.m. d.a. q.u.e.d.a.*

*Ora, Sessenta e Oito Minutos em Doze Amargos Quilómetros: Um Enferrujado Dia Alentejano.


Terça-Feira, 09 de Agosto de 2011

Chegar a bom Porto

Começou hoje. Começou com 30 minutos de areia fofa e, se tudo correr pelo normal, há-de chegar o fim da estrada daqui por 90 dias.

Então, já estarei no Porto em vésperas de ali correr a Maratona. Será a minha terceira maratona, será a primeira em Portugal, mas nunca será apenas mais uma. Não acredito que alguma vez assim seja.


Segunda, 08 de Agosto de 2011

domingo, 7 de agosto de 2011

Pernas de maratona

É quase meio-dia na ciclovia de Tróia. Estou a passar os 4 quilómetros de corrida e as coxas pesam como ainda não deviam. Percebo que vai ser um longo, muito longo treino.

Após duas providenciais paragens para me pôr debaixo de aspersores, lá me arrasto até aos 20k. As pernas estão em modo-de-fim-de-maratona. O estado de forma é pouco menos que patético e amanhã já começa o P.P.P. (Plano de Preparação para o Porto).


Domingo, 07 de Agosto de 2011

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O pôr-do-sol, as pulgas e eu

Durante os meus dez anos de Tróia, habituei-me a que uma das maiores recompensas que eu dali recebia era aquele fantástico pôr-do-sol. Na praia, enquanto o via deitar-se atrás da Serra da Arrábida, sempre o fui achando ao nível de Santorini e do Botswana.

Hoje, foi diferente o meu pôr-do-sol. Menos contemplativo, meteu quase 45 minutos e quase 6 quilómetros pela areia seca e cada vez mais deserta à medida que eu corria da Soltróia para norte. Na verdade, para além do ocasional pescador e das centenas de pulgas-de-areia, por ali só mesmo as dores nas pernas a anunciar que o treino estava a entrar no corpo.


Sexta-Feira, 05 de Agosto de 2011

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Quase...

A uma semana do treino nº 1 para a Maratona do Porto, Tróia é o sítio onde vou puxando por pernas e pulmões.

Ontem, ciclovia acima ciclovia abaixo, foram três quartos de hora de treino ao mais que satisfatório ritmo de 5:08.

Hoje, à uma da tarde e à falta de rampas, foram 40 minutos pela areia solta da praia. De boné, t-shirt e calções negros, porque nenhuma transpiração é de mais para quem ainda anda a transportar 79 quilos e 800.


Quarta-Feira, 03 e Quinta-Feira, 04 de Agosto de 2011

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Prescrições

A caminho dos 20 meses, a minha filha Inês está na idade de pôr à boca tudo o que vier com uma cor garrida. É por isso que não reservo a mesa-de-cabeceira para organizar os meus comprimidos. Já se ela estivesse perto dos 20 anos, o mais certo seria berrar-me ao ouvido um dia após o outro: “Pai, não se esqueça que este branquinho é antes do jantar. Ouviu, pai?” ou “O vermelho-e-preto é para tomar com água. Veja lá não se engasgue”.

É que já não ando para lado algum sem a Carnitina para queimar as gorduras, a Glucosamina e a Condroitína para a recuperação das articulações e a Indometacina para as dores do joelho. Decididamente, encontro-me num limbo pré-geriátrico: ainda não tomo o número de medicamentos de um velhote, mas já começo a correr como um. Hoje foram 30 minutos ao esforçado ritmo médio de 5:20. Estarei a prescrever?


Terça-Feira, 02 de Agosto de 2011

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Tróia 01

Quando saí de casa, o ar de Tróia cheirava a terra molhada e trazia-me imediatamente à memória um outro mês de Agosto. Tinha sido em 2003 e marcara-me pela chuva de todos os dias. Estava nessa altura no Norte da Escócia.

Visto de uma perspectiva menos balnear, não deixava de ser no entanto (como diria o imorredoiro Gabriel Alves) um excelente dia para a prática da modalidade. Os aguaceiros tinham dado lugar ao tempo nublado e pude fazer com relativa tranquilidade os meus 17k. Estou a andar muito devagarinho (ritmo médio de 5:35), mas como o tempo é de pequenas vitórias, valeu ter conseguido fazer um treino progressivo.

Desde há 3 anos que estar em Agosto em Tróia é poder entrar num estágio informal. Aqui treino com regularidade e até perco peso. Desta vez, quero também sair daqui e ter voltado a descodificar os ritmos a que ando. É que, com a paragem, a confusão vai ao ponto de eu passar de 5:20 a 4:45 e estabilizar a 5:10 sem alguma vez me ter apercebido de que houveram mudanças de ritmo.


Segunda-Feira, 01 de Agosto de 2011