segunda-feira, 7 de março de 2022

Deste Sicó até um ponto no horizonte

Penso várias vezes no Jorge Serrazina. Terá idade para poder ser um meu jovem pai ou os meus 52 anos não me deixam assim tão longe do que reza no B.I. dele?

Só me cruzei uma vez com ele. Estava humilde e simpaticamente a assegurar serviço num posto de abastecimento. Ou era nos Caminhos do Tejo ou no Caldas Ultra Trail, não me recordo. Mas tinha um ar cândido completamente ao avesso da fera dos trilhos que todos reconhecemos ser.

Enfim, penso às vezes nele pela idade e pela brutalidade de quilómetros que lhe entram nas pernas. Não terá lesões? Quanto treinará? Será ele uma exceção?

É que no meu caso - e viu-se agora nos 57k do Ultra Trail de Conímbriga Terras de Sicó - tudo é tãããããoooo difícil. Sim, eu sei que um ano inteiro de dores na inserção isquio-tibial e uma rotina que me põe mais na marquesa do fisioterapeuta do que de ténis calçados não poderá nunca ajudar.

Mas gostava de chegar um pouco mais longe. É que a minha cabeça e um conjunto de inscrições adiadas de 2020 para 2021 e depois para 2022 dizem-me que tenho umas histórias para escrever ainda este ano.

Enfim, fica para registo uma prova muito castigada pela chuva e três ou quatro horas finais de marcha rebocando um companheiro com bandeira do Luxemburgo a quem os 110kms da prova e a brutalidade da Cascata lhe estavam a queimar cabeça e pernas.


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