quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O balançar da balança

Foi ontem o primeiro treino de uma semana em banho maria. E foi só porque, com a Amadora à porta, não posso deixar arrefecer o motor. Assim, com uma filha de 10 meses a gatinhar para junto do rolo e um filho de 6 anos a azucrinar-me com a Nintendo, alheei-me por uma vez nos últimos três dias e subi para cima da passadeira. Uns sensaborões 5.720 metros despachados em meia hora e apenas mitigados por uma “Misplaced Childhood” que os Marillion iam debitando atrás de mim.

Ontem terminou também o trabalho específico que nos últimos meses tenho vindo a fazer tendo em vista as descidas finais da São Silvestre da Amadora. Assim, se em 28 de Setembro (pouco depois de Berlim) pesava 73.500 e em 28 de Outubro já andava nos 74.700, a chegada a 28 de Novembro já foi feita com 75.800 e agora dou por mim a ostentar uns arredondados 77.300 quilos.

Em suma, amanhã poderei ter problemas a subir os primeiros 3k. Mas, nas descidas aos quilómetros finais, conto rebolar até à meta num estilo verdadeiramente campeão.


Quarta-Feira, 29 de Dezembro de 2010

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Ler o tempo na São Silvestre

Nunca tinha atravessado a Rua do Comércio a correr assim. Foi nesse momento, com 43:19 de corrida que cruzei os 10.000 metros da São Silvestre de Lisboa. Mas não era ali que estava a linha da meta. Nunca é. Estava a 90 metros mais adiante no excelente cenário de uma Praça do Comércio cheia de famílias com cachecóis. Meti um ritmo desarvorado e em 18 segundos cheguei ao fim, com os pés a tropeçarem um no outro à força de um sprint jamaicano. Bem, talvez não jamaicano, mas ainda assim a um respeitável ritmo (para mim) de 3:17. Parei o cronómetro quando passavam os 43:37; sobre a minha cabeça, o relógio do pórtico marcava 44:11.

Como sinal de evolução, esta São Silvestre marcou a segunda dupla-légua consecutiva dentro do minuto 43, quando em Dezembro do ano passado estava a festejar a minha recém-adquirida regularidade dentro do minuto 46. Sabe bem, como bem soube este princípio de noite pela minha cidade. Com mais gente a ocupar os passeios num percurso de grande beleza. Uma festa à qual juntei o prazer que tive em corrê-la.

Como conclusão essencial fica que agora estou mais rápido. Ontem serviu para passar com fôlego o Arco da Rua Augusta. Espera-se que em Abril sirva para chegar com um sorriso às portas do Arco do Triunfo.


Domingo, 26 de Dezembro de 2010

sábado, 18 de dezembro de 2010

Muco, suor e lágrimas

Ao fim da tarde de Quinta-Feira no Parque das Nações, foram 50 minutos ao ritmo de 4:45 e à temperatura de 4 graus. Ao princípio da noite de Sexta-Feira no Monte da Galega, foram 29 minutos de aquecimento e 4 séries de 1.000 metros.

Em comum, um nariz que não pára de correr, a transpiração debaixo de 3 camisolas e o vento a castigar olhos e cara. Vamos na terceira semana de constipação e com estas temperaturas a ajudar cheira-me a um belo reveillon.


Quinta, 16 e Sexta, 17 de Dezembro de 2010

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Banhos e massagens

Banhos foi o tratamento reservado a quase toda a equipa lá para os lados de Albufeira. Em dia de glória, até meteu piscinas de água quente e fotografias olímpicas. Enfim, mimos de elite. Tive pena de não ter conseguido ir.

Massagens foi o que me tocou a mim, depois de ter saído maltratado do treino progressivo de domingo (15.880 metros em 75’). Fiz uma primeira metade mais rápida do que devia e decidi que mesmo assim a segunda seria em split negativo. Consegui mas a minha anca ficou a dizer que me tinha esticado mais do que a conta. Resultado: fui-me depositar às mãos do Alcídio Costa, provavelmente o massagista em país com a melhor marca à maratona (e a outras distâncias). Ex-atleta internacional, venceu a Maratona de Lisboa 1998 com 2:16:05 o que, não obstante as diferenças de percurso e de dificuldade, seria um crono que daria para ter ganho as últimas 7 edições.

Já eu, deitado na marquesa, era alvo de um autêntico festival de descoberta de contraturas e mazelas mal curadas. Doloroso. Mas, ainda bem que consegui ir.


Terça-Feira, 14 de Dezembro de 2010

sábado, 11 de dezembro de 2010

Enquanto Janeiro não chega

Li algures que o Atletismo é um desporto que não entusiasma os seus praticantes a assistir. Dava-se até o exemplo do Futebol, onde às vezes vemos jogos com a mesma emoção com que jogamos. Mas, aparentemente, correr (apenas para simplificar e sem intenção de excluir o saltar ou o lançar) é algo que podemos gostar de fazer, mas que raramente paramos para simplesmente ver.

Ora bem, estou aqui para desmentir. Numa semana de muito suor e igual expectoração, andei a fazer endurance no Parque das Nações e fartlek na pista do CAR do Jamor. E, no Estádio Nacional, em treinos à velocidade média total de 3:34/km (10 vezes 60”) e 3:58/km (4 vezes 5 minutos), respectivamente quarta-feira e hoje, tive oportunidade de parar e olhar à volta.

E, apesar da presença em pista do Nélson e da Naide, pude entusiasmar-me com um treino vertiginoso de uma locomotiva chamada José Ramos e outros 4 ou 5 companheiros que estavam muito longe de ter apenas andamento de carruagens. A que ritmo? Não sei. Está tão longe dos ritmos que conheço que não me vou sequer pôr a adivinhar.

Sei que, enquanto Janeiro e os treinos para a Maratona de Paris não chegam, dei por mim a tentar convencer alguns companheiros de equipa que seria criminoso não correrem para o You Tube e tentarem rever a última légua da última Maratona de Chicago. E, sobretudo, assistirem ao queniano Wanjiru e ao etíope Kebede a escreverem poesia em pleno alcatrão. Talvez ter visto em directo me dê alguma vantagem, mas não acredito que alguém fique impassível aquele jogo de esgrima.


Sábado, 11 de Dezembro de 2010

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Abaixo de 100

Na noite anterior, a previsão meteorológica falava em vento sudoeste. Menos mal. Como ia fazer os 21k, significava apanhar resistência até ao retorno no Dafundo, mas depois fazer os restantes 13k com o vento a dar vantagem. E, na verdade, os senhores do tempo acertaram na primeira parte. Já o resto saiu tudo ao contrário: a ventania aparecia pela frente para no minuto seguinte mudar estranhamente de direcção. Mas nunca, nunca parecia ajudar. De qualquer modo, passei com 46:01 ao décimo quilómetro e mantive-me regularmente a andar a 4:35 até chegar a Alcântara. Foi aí que senti a primeira quebra.

Nessa altura, já cansado da luta contra o vento, ancorei-me a uma equipa de meio-maratonistas italianos durante 3 ou 4 quilómetros. Passei a andar mais lento, mas ao funcionar num grupo compacto ia conseguindo protecção da ventania. Na Praça do Comércio, senti animicamente a viragem para norte e a aproximação da Almirante Reis. Tinha contado chegar ali um pouco mais poupado.

Junto à Praça da Figueira, encontrei um britânico com uma passada quase gémea da minha. E assim fomos subindo, a correr como se marchássemos, pé esquerdo com pé esquerdo, pé direito com pé direito. Essa rotina permitia-nos não abandonarmos a companhia um do outro. Só que à chegada à Praça do Chile, ele deixaria de conseguir manter o ritmo e eu vi-me novamente sozinho. Justamente na parte mais exigente da corrida.

Daí até ao fim seria cerrar os dentes e tentar não perder a oportunidade de baixar os 100 minutos. O que conseguiria, com a meta a chegar aos 99 e 58 e a trazer consigo um novo recorde pessoal da meia-maratona. Também o tempo de passagem aos 20k seria o melhor de sempre numa manhã que acabou por render, mas que deixaria um sabor a pouco. Repetindo-me aos meus companheiros de pelotão: “aquele vento… com um bocado de menos vento.”


Domingo, 5 de Dezembro de 2010

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Alto rendimento

Belo fartlek na pista do Centro de Alto Rendimento do Estádio Nacional. Excelente conversa com o Júlio Barroco na mais rápida corrida de arrefecimento da minha vida. Inesperado encontro com o Luís Miguel (aka “Tigre”) na Decathlon e uma hora sobre longas distâncias e ainda maiores desafios.

Há manhãs assim.


Quarta-Feira, 01 de Dezembro de 2010