sábado, 11 de setembro de 2010

Aos 330k

Tenho 40 anos de vida e 14 meses de corrida. Com estes números, é rigoroso dizer com total certeza que há pouco tempo atrás a ideia de fazer uma maratona era para mim tão remota quanto subir o Kilimanjaro. No entanto, numa das voltas da vida, acabei por me inscrever nos 42k de Berlim.

Hoje, em plena preparação, dou por mim a correr onde outros apanham sol ou a passar a arfar à vista da sombra das esplanadas. Neste momento já levo 330k nos ténis e até ao fim de Setembro ainda muitos mais me esperam. No meio deste somatório, há dias que deixam dores e outros que deixam marcas. Para mim, Domingo foi um destes últimos. Foi uma manhã onde fiz 35k e onde pela primeira vez tive verdadeiras sensações sobre a maratona (talvez por não faltarem mais que 7.000 metros para lá chegar ou por ter descoberto um novo andar – entre o cambaleante e o espasmódico - quando parei de correr).

Mas, sobretudo, foi um treino que me deu confiança. Confiança para depois de ontem ter despachado uns corriqueiros 45 minutos em ritmo lento, hoje me ter sentido realmente sólido ao longo de hora e meia de subidas e descidas pelo Monsanto.

Enquanto fazia os últimos metros do total de 16.270, apercebi-me do formigueiro nos meus gémeos. Soube-me bem. Foi aí que me lembrei da palavra “sólido”. Foi aí que me senti a entrar em forma.


Quarta, 21 de Julho de 2010 e Quinta, 22 de Julho de 2010

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