sexta-feira, 17 de março de 2023

Por Terra(s)

Comece-se pela não-justificação, mas que sempre acaba por passar-nos pela cabeça: há quase um ano que nada parecido com esta quilometragem me passava por corpo num dia apenas.
 
Depois, na semana anterior a este Terras do Ancião Ultra Trail, tinha-se dado a miserável coincidência de ter feito em redor de 4 ou 5 horas por cada noite de sono. O que nunca seria uma ajuda para uma prova que arrancava à uma da madrugada e que seria em muito acompanhada por um headlamp na cabeça. 
 
Contudo, e sobretudo no troço entre os 18k e os 30k, a luta foi contra a cabeça que me impelia a deixar-me ficar pelo PAC que sinalizava mais ou menos o meio da prova. Não queria. Não queria mais.
 
Ali cheguei com um forte avanço para a barreira horária, o que me dava lastro de tempo suficiente para me deixar cair numa cadeira, para comer demoradamente a sopa-que-como-sempre-a-correr e para sair para a manhã que me esperava junto ao Anjo da Guarda.
 
Daí até ao fim dos mais de 61k, foi mais um arrastar do que um correr. Enfim, mais um déjà vu destes anos após anos em que me atiro à primeira Ultra depois de um longo período de muito pouca coisa que seja palpável. Uma primeira Ultra neste 2023 que quase me deixou por Terra.

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