terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Abaixo de 100

Na noite anterior, a previsão meteorológica falava em vento sudoeste. Menos mal. Como ia fazer os 21k, significava apanhar resistência até ao retorno no Dafundo, mas depois fazer os restantes 13k com o vento a dar vantagem. E, na verdade, os senhores do tempo acertaram na primeira parte. Já o resto saiu tudo ao contrário: a ventania aparecia pela frente para no minuto seguinte mudar estranhamente de direcção. Mas nunca, nunca parecia ajudar. De qualquer modo, passei com 46:01 ao décimo quilómetro e mantive-me regularmente a andar a 4:35 até chegar a Alcântara. Foi aí que senti a primeira quebra.

Nessa altura, já cansado da luta contra o vento, ancorei-me a uma equipa de meio-maratonistas italianos durante 3 ou 4 quilómetros. Passei a andar mais lento, mas ao funcionar num grupo compacto ia conseguindo protecção da ventania. Na Praça do Comércio, senti animicamente a viragem para norte e a aproximação da Almirante Reis. Tinha contado chegar ali um pouco mais poupado.

Junto à Praça da Figueira, encontrei um britânico com uma passada quase gémea da minha. E assim fomos subindo, a correr como se marchássemos, pé esquerdo com pé esquerdo, pé direito com pé direito. Essa rotina permitia-nos não abandonarmos a companhia um do outro. Só que à chegada à Praça do Chile, ele deixaria de conseguir manter o ritmo e eu vi-me novamente sozinho. Justamente na parte mais exigente da corrida.

Daí até ao fim seria cerrar os dentes e tentar não perder a oportunidade de baixar os 100 minutos. O que conseguiria, com a meta a chegar aos 99 e 58 e a trazer consigo um novo recorde pessoal da meia-maratona. Também o tempo de passagem aos 20k seria o melhor de sempre numa manhã que acabou por render, mas que deixaria um sabor a pouco. Repetindo-me aos meus companheiros de pelotão: “aquele vento… com um bocado de menos vento.”


Domingo, 5 de Dezembro de 2010

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