Em Julho inscrevi-me para o Arrábida Ultra
Trail. Seria o meu primeiro ultra trail clássico com uma distância de 80k e um
desnível positivo de 2.710m.
Na passada semana a organização anunciou que
iriam ter que cortar nas subidas. Contudo, para manter o estatuto de corrida
qualificativa com 2 pontos para o UTMB, teriam que esticar a distância para os
82k.
Ontem, já de noite e a apenas 8k da meta,
tomei inadvertidamente a dança das distâncias nas minhas mãos. Falhada uma
viragem, andei às voltas na penumbra da serra. Resultado: juntei mais tempo ao
meu cronómetro final e fiz o conta-quilómetros parar ainda mais longe.
Feitas as contas, fechei com 14 horas, 6
minutos e 44 segundos para duas maratonas seguidas (84.530 metros).
Das dores nos quadríceps, da noite na serra e
da lama escorregadia não me vou queixar. Ninguém sai incólume de uma ultra. É
um esforço violento, mas todos ali disso o sabíamos.
E mesmo naqueles momentos em que tive que me
focar para tentar expulsar as dores para um qualquer canto remoto da minha
cabeça, não havia lugar diferente onde eu preferisse estar.
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