Como epilético sou do género sossegado. O drama físico de espasmos, convulsões e tremores tem andado longe. O meu perfil é mais do bloqueio, do chilique e, por fim, do desmaio.
Dois dos meus queridos companheiros da
corrida já assistiram ao episódio enquanto treinávamos. O meu irmão já me
amparou em dois destes blackouts num
trail de 20km (que retomei quando das duas vezes acordei). E, sobretudo, tem acontecido
nos meus treinos à porta de casa no Parque das Nações. Já despertei na desarticulada
linha dos caminhos-de-ferro do Porto de Lisboa, já despertei num noturno parque
de estacionamento, já despertei noutros sítios...
No passado Domingo, enquanto eu fazia os 80k
deste AUT, a minha família passava um dia de horário sobressalto, antecipando a
probabilidade de acontecer alguma coisa.
Alguma coisa é a forma dos meus se
referirem a eu me perder num desmaio num sítio qualquer.
Nada aconteceu, mas não tenho a certeza que
acreditem. O que sabem e me dizem é que só quem tem problemas na cabeça é
que acorda de madrugada para se pôr a correr durante 14 horas. Mas, enfim, está
provado que eu tenho problemas na cabeça. Na realidade, a questão é essa. Certo?!
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