Haviam umas árvores tombadas sobre uma
espécie de carreiro húmido e pedregoso e nós tínhamos que decidir. Passávamos
de cócoras sob o tronco e talvez ficássemos presos pela mochila ou saltávamos
por cima deslizando por uma hera escorregadia que tornava incerta a aterragem.
Fosse qual fosse a decisão, à nossa frente estava o fotógrafo.
Recordo sem esforço alguns dos momentos pela
Serra da Arrábida nos meus 37k do II Dura Trail. Daquele troço de selva
birmanesa não me podia esquecer. Fiquei arranhado em 5 ou 6 partes do corpo e
deixei as minhas perneiras com uma cor alaranjada que duvido que alguma vez
venha a sair. E, para além disso, pensei que dali sairia a foto para finalmente
substituir na capa do Facebook a minha caminhada pelas águas no UMA 2013.
Sobre a prova alinho com a
mais-que-esmagadora-maioria-dos-que-lá-estiveram: excelente. Em tudo. Em quase
tudo. Sinto falta daquela fotografia que nunca cheguei a ver. Como num filme
mudo, dramatizei exageradamente os meus gestos, utilizando o excesso próprio de
quem morre de inveja do Kilian enquanto desce ou do Farah enquanto plana. Tudo
isso para nada. É dura a espera.
Quinta-Feira,
30 de Outubro de 2014
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