segunda-feira, 23 de março de 2015

Badajozando...




Seguir o balão das 3h30 parecia o mais lúcido. Funcionar dentro do grupo das três horas e meia sempre me ia resguardando do vento e me ia assegurando estar no ritmo certo de um percurso que eu não conhecia. E assim arranquei às 9 da manhã. Eu, o diclofenac e o flurbiprofeno com o dorsal 59 deste 23º Maratón Popular Ciudad de Badajoz.

Badajoz tinha amanhecido sem sinais da chuvada do dia anterior. E eu, felizmente, acordava para o meu primeiro dia sem dores lombares em toda a semana. Toda uma semana a farmacêuticos tinha feito o quase-milagre.

Três horas e meia depois deste agradável despertar, mais ou menos junto ao Km 22, senti-me com pernas para sair debaixo do balão. Badajoz é uma maratona de duas voltas a um circuito citadino e, com meia-maratona já deixada para trás, senti que já estava o reconhecimento feito. Fui então, em ritmo aproximado de 4:55 e em sucessivas ultrapassagens, estabelecendo o meu pico anímico.

No entanto, o anímico não dá para tudo. E ao Km 35 sou de novo englobado no pelotão das 3h30. Durante um quilómetro luto para não os deixar fugir, mas sem sucesso. Vejo-os afastarem-se e a 6k começava a minha luta pessoal. Começava a minha maratona. Já sem pernas, cruzo a meta aos 3:35:31.

Novo recorde pessoal. Paris 2011 ficava para trás, mas sem ser substituído por uma marca que me orgulhasse de trazer ao peito. Há quatro anos agradeci à coach Rita Borralho (que me deu nessa altura a melhor preparação de sempre), agora agradeço à Novartis e à Amdipharm, as farmacêuticas que me conseguiram manter preso por sólidos arames.

Para esta semana, inaugura-se novo ciclo: oito semanas até aos 100k da Serra de São Mamede.

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