Hoje não pus despertador. Não seria mau que
as cruzes não me doessem tanto, mas depois de ontem ter estado em Melides a
arrancar para o 3º dia seguido de treinos na areia, hoje vi-me forçado ao
descanso.
O treino de ontem começou com 35 minutos de
viagem de carro (Tróia-Melides) ao mesmo tempo que despejava o álbum “Let It
Bleed” (que os Stones desenharam há mais de 40 anos).
Enquanto ouvia, percebi que aquele
alinhamento musical emprestava-me mais um daqueles casos em que a vida imita a
arte. Começo com “Gimme Shelter” e vejo-o como um apelo sofrido de alguém que vai
correr duas horas em areia fofa e escaldada por 26 graus centígrados.
Com “Let It Bleed” (a faixa, não o álbum) tenho
a minha recém-adquirida disposição enquanto treino para o que poderá ser a
minha ultra-estreia: vou de camisola de algodão junto à pele e t-shirt técnica
negra por cima (sim, para transpirar), volto a ter a mochila da North Face com
cantis cheios (sim, pesa mais) e faço metade do treino apenas em meias de
compressão + meias de algodão e a outra metade sem qualquer tipo de calçado
(sim, acabei com bolhas e pele solta).
Por fim, com “You Can’t Always Get What You
Want” volto a recordar que ando a esgaçar-me para fazer uma prova que poderei
nunca chegar a correr. Isto porque, se nada mudar, no dia 28 de Julho estarei em
missão de trabalho a dezenas de milhares de quilómetros dos areais da Costa
Alentejana.
Domingo
(16.Junho.2013)
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