sábado, 9 de outubro de 2010

Na molha

À falta de melhor palavra, era quase um dilúvio. Mas não houveram hesitações: “Ok. Vamos lá para a guerra”. E assim fomos, o Rui Marques e eu, sem nenhuma quebra na moral.

Durante os 20’ que duraram o aquecimento, a chuva continuou sem dar tréguas. Éramos os únicos na pista do Monte da Galega, situação que se manteve até começarmos as nossas 3 repetições de 3 minutos. No fim, despachámos a história com 780 metros (ritmo de 3:50/k) + 790 (3:47) + 780 (3:50).

Entretanto, já mal chovia e o complexo enchia-se de miúdos que só queriam jogar à bola e de pais que já sonhavam com um contrato na Segunda Circular.


Sexta-Feira, 8 de Outubro de 2010

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Peso

Doze horas depois de um treino exigente, as pernas pediam descanso. Por isso, os 6k em ritmo lento não passaram mesmo disso. Talvez até menos. Valeu o novo pontão da Marina do Parque das Nações para que 6 rectas viessem espevitar a coisa. Mas as coxas continuam a pesar quilos. Muitos.


Quinta-Feira, 7 de Outubro de 2010 (imagem da autoria de wHaTEvEr)

Em equipa

Por um lado, excelentes atletas num ambiente de grande superação. Por outro, a simpatia e a solidariedade que me fez sentir bem-vindo. Foi assim o meu primeiro dia em conjunto na casa RB.

No Monte da Galega, foi um daqueles fins de tarde que funcionaram. Começou-se com um aquecimento de 20’ e concluiu-se com 10’ de arrefecimento e 10’ de alongamentos. Pelo meio, um fartlek de 8 repetições de um minuto com um minuto de intervalo entre repetições. E aí, estimulado pela velocidade da equipa, registei 300 metros ao 1º minuto (ritmo de 3:21/k), 280 ao 2º (3:34/k), 280 ao 3º (3:34/k), 270 ao 4º (3:42/k), 270 ao 5º (3:42/k), 270 ao 6º (3:42/k), 280 ao 7º (3:34/k) e, por fim, 290 ao 8º (3:26/k).

Vou chamar-lhe um bom dia de trabalho. Espero que seja também um bom prenúncio.


Quarta-Feira, 6 de Outubro de 2010

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Duas horas à maratona (ou menos)

Veio na Runner’s World e foi escrito por Amby Burfoot, uma voz que se respeita tanto por já ter ganho Boston como por ter sido uma das principais editoras da revista. O texto começa por interrogar sobre se o próximo fim-de-semana em Chicago poderá oferecer o novo recorde do mundo da maratona e perto do fim dá voz à opinião de especialistas sobre a possibilidade de um dia se passar a meta em menos de 2 horas.

Um deles diz que - a acontecer - o mais provável é que seja daqui por 25 anos. Outro descreve um retrato-robô e diz-nos que as mesmas probabilidades (sempre elas) apontam para que o recordista venha a ser um tipo com 152 centímetros de altura e 56,250 quilogramas de peso. Ah, e que é natural que venha do Leste de África.


terça-feira, 5 de outubro de 2010

Em minha defesa

Posso alegar que não conhecia as siglas e que achei que C.C.N. queria dizer “Correr Como Nunca” e não “Corrida Contínua Normal”. Posso alegar que me distraí e em vez de parar nos 6k, fui até aos 8,3k. Posso ainda alegar que a culpa foi do Rui Marques, que fez a pré-época em condições e que está com o pedal todo.

A verdade é que para esta tarde no Parque das Nações talvez não fosse suposto andar ao ritmo de 4:46. Mas ainda deu para me aguentar com alegria às 6 rectas que viriam a seguir.


Terça-Feira, 5 de Outubro de 2010

Um novo ciclo

Até há uma semana era Berlim, a primeira maratona e uma sensação de intenso encanto por aquela distância que a passagem pela meta não fez dissipar. Aliás, em Janeiro, começa a preparação para novos 42k. Serão em Paris e já sinto o formigueiro.

Antes de lá chegar, tenho quase três meses para gastar. E, tirando a vontade de em 5 de Dezembro rectificar o meu recorde pessoal à meia-maratona e o desenvolvimento de um projecto especial que me vai deixando pensativo, seriam cerca de 90 dias sem grande rumo ou pressão.

Decidi por isso que era momento de ir para a escola. E assim, dezasseis meses depois do meu tosco início na Corrida do Oriente de 2009, peguei na minha vontade de aprender e passei a treinar sob a orientação da Rita Borralho. Um nome que dispensa apresentações e uma casa onde tenho a felicidade de encontrar os amigos Rui Marques, Rui Lacerda e Júlio Barroco.

Na primeira aula, foram 20’ de aquecimento + um circuito de preparação física + 10’ de arrefecimento + 10’ de alongamentos. A dividir a carteira comigo estava o Rui Marques. Se isto não é um novo ciclo, o que é que poderá haver de mais parecido com isso?


Segunda-Feira, 4 de Outubro de 2010

sábado, 2 de outubro de 2010

Nomes

Não sei de outro desporto que consiga dar a oportunidade a um obscuro contabilista de 64 anos de participar numa prova em que seja batido um recorde do mundo. Não é a minha profissão nem a minha idade, mas em Março deste ano na EDP Meia-Maratona de Lisboa fui 1393º classificado numa corrida que produziu a melhor marca de sempre aos 21.097 metros. Éramos 5475 e a glória do dia foi para um eritreu. Mas nós estivemos lá.

Como estive Domingo em Berlim para me aperceber (ele acabou quase duas horas antes de mim) de um miúdo de 25 anos que ainda tem dificuldade em sorrir mas que fez 2 dos 3 melhores registos do ano. Pode Patrick Makau ser o futuro da maratona? Eu não apostaria contra.

Uma aposta segura é o que Kilian Jornet mostra consistentemente ser. Apesar de ainda muito jovem, o tricampeão do Skyrunner World Series acabou de tirar uma hora e treze minutos à subida e descida do Kilimanjaro em África. Mais uma pulverização do catalão que dá cartas no cenário ultra europeu.

Depois da sua vitória no Grand Raid des Pyrénées, tenho vindo a seguir mais de perto os passos do Carlos Sá. Um homem que não se cansa de ganhar e que nos deu agora a notícia de já estar inscrito na Marathon des Sables. Confesso que a minha expectativa é total e apesar de nessas alturas já ter provavelmente a minha cabeça na Maratona de Paris, não vou deixar de seguir com grande atenção e curiosidade.

Nomes que equivalem a vitórias de escala mundial e europeia, mas que estranhamente acabam por nos ser tão próximos. Nós somos o pelotão deles. E isso já é um óptimo sítio para se estar. Como foi estar hoje à conversa no Monte da Galega com mais um daqueles nomes que ouço desde sempre. O treino de recuperação ficou para segundo plano. Caminhei para aí um quarto de hora e corri mais outro tanto.


Sexta, 1 de Outubro de 2010